sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O Lado Fraco

Delicadeza à Flor da Pele, do álbum "Amarílis". Clique a galeria completa.
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Viste, muitas vezes, os melhores amigos iludidos na boa-fé.
Muitos que se acreditavam resguardados pelo dinheiro caíram em miserabilidade pela exaltação da própria cobiça.
Outros, que se supunham inacessíveis à tentação, desceram para as furnas do vício, arrastados pela fraqueza do sentimento.
Grandes inteligências, categorizadas por infalíveis, rolaram na lama, por se haverem levantado em pedestais de orgulho.
Criaturas que consideravas como sendo poemas de beleza sublime desfiguraram-se à pressa, mostrando máscaras de agonia, pelo abuso do prazer.
Pregadores do heroísmo social e doméstico acabaram no suicídio, escorregando na vaidade.
Nobres tarefeiros do progresso pararam a máquina da própria ação, em meio do caminho, corroídos pelo desânimo.
Ninguém existe, no mundo, invulnerável ao erro.
TODOS NÓS, encarnados e desencarnados, em aprimoramento na Terra, somos sujeitos à ilusão, através dos pontos frágeis que apresentemos na construção dos próprios valores para a Vida Maior.
Em várias circunstâncias, enganamo-nos, todos, em matéria de posse, em problemas de família, em questões de influência, em convites do sexo, em apelos a honrarias ou em assuntos que se referem à preservação de nosso conforto...
Se surpreendes, assim, o companheiro em posição de queda, ajuda-o a reerguer-se para o trabalho digno, sem perda de tempo em comentários inúteis.
Se a natureza da falta de parece tão grave que te sentes inclinado à condenação dele, entra no mundo de ti mesmo e pede a Deus que te ilumine a alma.
E através da oração, a Bênção Divina te fará perceber onde guardas também contigo a brecha triste do lado fraco.

(Seara dos Médiuns, Chico Xavier, Emmanuel, Editora FEB, 19ª Edição, 2010, pags. 229/231)

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Bons Espíritos

Perpétuo Socorro, do álbum "sunset". Clique para galeria.
"Quando em dificuldade, assinalas, contente, a mão que te oferta auxílio espontâneo.
Se sofres, adquires ânimo novo, perante alguém que te reanima.
Doente, sabes ser reconhecido a quem te socorre.
Em erro, apresentas-te renovado, diante daquele que te apóia o reajuste, sem recorrer à condenação.
Solitário, encontras a presença do amor no companheiro que te dirige a boa palavra.
Sabes que te enganas muitas vezes, apesar do teu devotamento à verdade, e que, em muitas circunstâncias, pareces abraçar a ingratidão e a agressividade, não obstante o propósito de honrar a justiça, e, por esse motivo, dignificas todos aqueles que te estendam bondade e compreensão.


Respeitas quem te não dá prejuízo.
Admiras quem não te fere as convicções.
Estimas a quem te ajuda sem perguntar.
Abençoas a quem não te cria problemas.
Agradeces a quem te aprecia a nobre intenção.
Em suma, recolhes reconforto e felicidade junto de todo aquele que te aceita como és, amparando-te as necessidades sem exigir-te certificados de perfeição e exames de consciência.


Pelo auxílio que recebes, conheces, perfeitamente, o auxílio que podes prestar.
Identificarás, assim, facilmente, a condição do amigo desencarnado.
Se ele deseja comunicar-te o bem a que aspira, em favor de si mesmo, não permitirá que faças ao próximo aquilo que não queres que te seja feito.
O bom Espírito, por isso, não é somente aquele que te faz bem, mas, acima de tudo, o que te ensina a fazer bem aos outros para que sejas igualmente um Espírito bom."

(Seara dos Médiuns, Chico Xavier, Emmanuel, Editora FEB, 19ª Edição, 2010, pags. 213/215)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Verbo e Atitude

Do álbum "Jabuticabas". Clique e confira a galeria completa.
"Disse um grande filósofo:
- Fala para que eu te veja.
Muita gente acrescentará:
- Escreve para que eu te veja melhor.
E ousaríamos aduzir:
- Age para que eu te conheça.
Julgarás o amigo pela linguagem que use; entretanto, para além da apreciação vulgar, TODOS NECESSITAMOS DO JUSTO DICERNIMENTO.

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Marat falava com mestria, arrebatando o ânimo da multidão, mas instigava a matança dos compatriotas que não lhe esposassem as diretrizes.
Marco Aurélio, o imperador chamado magnânimo, escrevia máximas de significação imortal; no entanto, ao mesmo tempo determinava o martírio de cristão indefesos, acreditando, com isso, homenagear a virtude.
O Werther, de Goethe, é um poema de magnífica expressão literária, mas não deixa de ser vigorosa indução ao suicídio.
As declarações de guerra, são, de modo geral, documentos primorosamente lavrados; todavia, representam a miséria e a morte para milhões de pessoas.
Há jornalistas e escritores que figuram na galeria dos mais sábios filólogos, e, apesar disso, molham a pena em sangue e lama, para gravarem as idéias com que acentuam os sofrimentos da Humanidade.

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Tanto quanto possível, escrevamos certo, sem a obsessão do dicionário.
A gramática é a lei que preside a esfera das palavras.
A instrução cerebral, porém, quando sem bases no sentimento, é semelhante á luz exterior.
Há luz na lâmpada disciplinada que auxilia e constrói e há luz no fogo descontrolado que incendeia e consome.
Identifica o mensageiro, encarnado ou desencarnado, pela mensagem que te dê, mas, se é justo que lhe afiras a cultura, é imprescindível que anotes a orientação que está dentro dela.
O navio pode ser muito importante, mas é preciso ver o rumo para o qual se encaminha o leme.
Se o verbo apresenta, a atitude dirige.
É por isso que Jesus nos advertiu:
- Seja o vosso falar sim, sim; e não, não.”

Seara dos Médiuns, Chico Xavier (Emmanuel)
Título “Verbo e Atitude”
Editora FEB, 19ª Edição, 2010, Página 169/171

terça-feira, 11 de outubro de 2011

O Egoísmo

Bucólica, foto do Caminho da Fé Ramal Oeste (clique para visualizar)
"O egoísmo, esta chaga da humanidade, deve desaparecer da Terra porque impede a sua evolução moral. É ao espiritismo que está reservada a tarefa de fazer a Terra elevar-se na hierarquia dos mundos. O egoísmo é, portanto, o alvo contra o qual todos os verdadeiros cristãos devem dirigir suas armas, suas forças, sua coragem. Digo coragem, porque é preciso mais coragem para vencer a si próprio do que aos outros. Que cada um, então, empenhe todos os esforços para combatê-lo dentro de si, pois esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho, é a fonte de todas as misérias deste mundo. Ele é a negação da caridade e, conseqüentemente, o maior empecilho à felicidade dos homens.


Jesus vos deu o exemplo da caridade, e Pôncio Pilatos, o do egoísmo. Enquanto o Justo vai percorrer as santas estações de seu martírio, ou melhor, o caminho do calvário, Pilatos lava as mãos dizendo: “Que me importa!”. E disse aos judeus: “Este homem é justo, por que quereis crucificá-Lo?” Mas, no entanto, permite que O conduzam ao suplício.

É a esse antagonismo entre a caridade e o egoísmo, à contaminação por essa lepra que invadiu o coração humano, que o cristianismo deve o fato de ainda não ter cumprido toda a sua missão. É a vós, novos apóstolos de fé esclarecidos pelos espíritos superiores, que cabe a tarefa e o dever de extirpar esse mal, para dar ao cristianismo toda a sua força e descartar os obstáculos que lhe impedem a marcha. Expulsai o egoísmo da Terra, para que ela possa elevar-se na escala dos mundos, pois já é tempo de a humanidade crescer, mostrar-se adulta! Mas para isso é preciso, antes, banir do vosso coração o egoísmo.”

Emmanuel, Paris, 1861